Quando falamos de análise de solo, estamos nos referindo a efeitos práticos como o aumento da produtividade, a possibilidade da identificação de manchas no solo, acesso a dados que permitem uma adubação mais racional, maior eficiência no uso de fertilizantes e muito mais.
Realizar essa análise é um trabalho que exige bastante dedicação, mas que rende muitos bons frutos.
Mas, afinal, como fazer a interpretação de análise de solo? De que forma os dados gerados podem ser lidos?
Fique conosco até o final deste artigo para aprofundarmos nisso.
O que é a análise de solo?
A análise de solo é um processo de diagnóstico do estado atual do solo, a partir de informações que podem ser úteis para a tomada de decisão do produtor rural a respeito da lavoura.
A análise permite, ainda, consultar o nível de erosão do solo para definir se o espaço será ou não utilizado, definir a quantidade correta de adubo ou calcário a serem adicionados no solo, e muito mais.
Tudo isso é feito de dados e cálculos, sejam aqueles gerados manualmente ou, então, por meio de sistemas, plataformas e máquinas próprios para isso.
Qual o objetivo de uma análise de solo?
O objetivo da análise de solo é muito mais do que apenas gerar e juntar dados diversos.
O principal objetivo dessa interpretação e análise é conseguir identificar pontos de melhoria na qualidade do solo a partir de dados que traduzem a realidade atual do local de plantio.
Um segundo objetivo que pode ser citado, além desse, é a identificação da quantidade de nutrientes ideal para o solo, bem como a análise do nível de fertilidade da terra e as variações presentes conforme o histórico da área.
No entanto, coletar os dados do solo não é suficiente, mas é preciso saber interpretá-los.
Quais as etapas de uma análise de solo?
Para conseguir gerar e acessar os riquíssimos dados, é preciso realizar o processo da análise de solo corretamente.
Esse processo exige seguir um passo a passo muito claro, bastante difundido e praticado em propriedades mais antigas.
Ao desenvolver o processo de análise incorretamente, com certeza os dados estarão incompletos, impedindo uma tomada de decisão consciente e assertiva por parte do produtor.
Confira, a seguir, algumas das etapas essenciais para fazer a interpretação de análise de solo:
Atenção ao período
Existe um momento certo para fazer a análise de solo e a interpretação das informações.
Não é possível, por exemplo, enfrentar uma análise de solo quando o cultivo já está estabelecido. A maioria dos dados gerados na análise causam impactos na pré-lavoura e, portanto, é justamente nesse período que o processo deve ser feito.
A interpretação de análise de solo na lavoura permite a realização de um planejamento e da execução de medidas que podem beneficiar o solo.
Por isso, atenção: sempre priorize a interpretação de análise de solo na entressafra, ou seja, com três meses de antecedência para começar o plantio.
Garanta uma boa amostragem
O solo das propriedades não costuma ser homogêneo, isso significa que uma única amostra não será suficiente para analisar e refletir a realidade de toda a localidade.
Defina áreas de amostragem e colete subamostras dentro dessas áreas. Em seguida, as subamostras devem ser misturadas e uma porção da mistura deve ser posta à parte. Essa será a amostra final que será enviada para o laboratório.
Ao fazer isso você garante que a interpretação de análise de solo não seja enviesada com as limitações de uma determinada localidade.
Escolha um bom laboratório
Também é bom destacar a importância de escolher um bom laboratório para envio das amostras.
A escolha equivocada pode prejudicar os resultados e a eficiência do processo.
A Embrapa possuí o Programa de Análise de Qualidade de Laboratórios de Fertilidade (PAQLF), que reúne uma série de laboratórios credenciados e capacitados para a realização das análises. Acesse a relação completa de laboratórios.
Ter o relatório presente nessa lista já dá um nível maior de segurança na escolha, mas não deixe de conferir outras fontes de informação, como avaliações online e a opinião de amigos e colegas do setor.
Realize uma análise física
Já deixamos bem claro o quão importante são os dados na interpretação de análise de solo.
Mas há, ainda, um recurso bem mais fácil de ser utilizado e que também pode te ajudar na análise e interpretação do solo: a análise física.
Olhe com atenção o solo e compare-o com a qualidade de áreas que você sabe que estão saudáveis.
A terra consegue revelar, mesmo a olho nu, certas realidades.
Com isso não estamos negligenciando a análise laboratorial. Ela é extremamente necessária. Mas também estamos dizendo que o próprio produtor rural pode analisar superficialmente o solo.
Confira a profundidade da amostragem
Cada solo exigirá uma amostragem em um nível de profundidade diferente.
Essa profundidade é necessária para evitar que alguns resultados sejam influenciados por situações presentes apenas superficialmente no solo
Conheça a profundidade recomendada da amostragem para cada tipo de solo:
- pastagens: camada de 0-20 cm;
- culturas anuais: camada de 0-20 cm;
- pastagens estabelecidas: camada de 0-10 cm;
- culturas perenes: camadas de 0-20 cm, de 20-40 cm e de 40-60 cm;
- áreas com acidez ou suspeita: camada de até 60 cm.
Defina uma frequência para análise
Para garantir a saúde do solo, a análise e interpretação de análise de solo devem ocorrer com um prazo estabelecido.
A recomendação de especialistas é que isso seja feito anualmente caso o local seja utilizado para culturas anuais.
Solos arenosos com menor aplicação de fertilizantes, a frequência da análise deve aumentar.
Como fazer a interpretação de análise de solo?
Em primeiro lugar, destaca-se que a interpretação de análise do solo hoje é realizada a partir do Sistema Internacional de Unidades. No entanto, caso o laboratório não utilize esse padrão, as seguintes informações podem ser utilizadas para a conversão:
Para fazer a interpretação, é preciso seguir as seguintes diretrizes:
Para interpretar os dados de acidez ativa, é preciso entender em primeiro lugar que essa informação corresponde à concentração hidrogeniônica em solução.
De acordo com o nível, esse indicador nos indica uma realidade:
- presença de ácidos livres provenientes da pirita que, quando oxidada, passa para H₂SO₄;
- presença de alumínio trocável;
- alumínio trocável está quase na sua totalidade insolubilizado e não causa mais danos às raízes;
- solos calcários;
- presença de sódio.
Para ter acesso a mais dados sobre o assunto, confira o guia preparado pela Embrapa.
Conclusão
A interpretação de análise de solo pode ser feita com muito mais facilidade através de softwares desenvolvidos exclusivamente para isso.
É o caso do SoilXplorer, um serviço de hardware (sensor) e software (processamento de dados), de alta eficiência e precisão no levantamento de dados do solo, que serão convertidos em informações úteis ao produtor.
Quer saber mais sobre o SoilXplorer? Acesse a página oficial e confira todas as informações a respeito da funcionalidade.